A Polícia Federal (PF) cumpre na manhã desta quinta-feira (5) 23 mandados de busca e apreensão na Operação Safra, contra a suspeita de arrendamento de áreas cultiváveis da Terra Indígena Xapecó, no Oeste catarinense. Conforme a investigação, uma cooperativa indígena fazia contratos irregulares com agricultores.
Os mandados são cumpridos nas casas de agricultores arrendatários, indígenas e cooperativas em Chapecó, Ipuaçú, Entre Rios, Bom Jesus, Abelardo Luz e Xanxerê. Não foram expedidos mandados de prisão. Ao todo, participam 92 policiais da operação. Até as 8h, não havia balanço de cumprimento.
De acordo com a PF, 75% das áreas cultiváveis da Terra Indígena Xapecó, ao menos 3,2 mil hectares, foram usadas por agricultores, gerando cerca de R$ 10 milhões aos envolvidos na safra de 2018.
Os agricultores teriam plantado e colhido soja, milho entre outros produtos. Segundo a investigação, líderes indígenas da cooperativa recebiam parte do lucro, mas o restante da comunidade, não.
A PF ainda investiga o desvio de R$ 1,5 milhão que a cooperativa recebeu em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) do estado para auxiliar a produzir, mas que pode ter ido para líderes da cooperativa.
Por lei, as terras não podem ser arrendadas ou feitas parcerias que restrinjam o pleno exercício da posse direta da comunidade indígena.
Os envolvidos são investigados por estelionato, associação criminosa e prevaricação.
G1